Me chamo Raphael, sou advogado e (agora) padeiro e resido em Vitória/ES.Por 10 anos da minha vida advoguei de maneira ininterrupta na área previdenciária, naquela rotina de terno e gravata, escritório e fórum.
Em meio a prazos a cumprir, pressão de clientes e chefes, nos últimos tempos me sentia bem sobrecarregado. No final de 2019 me encantei pela panificação e comecei a estudar sobre levain e pães artesanais.
Certa tarde uma amiga me enviou um artigo lindo sobre o assunto, publicada na revista “Vida Simples” em que citava a Nanda Benitez e sua paixão pelos pães. Imediatamente comecei a seguir nas redes sociais e me matriculei no Panifique-se.
A cada aula, além do conhecimento agregado, junto surgia a vontade iminente de testar, testar e fazer. Comprei somente um termômetro de forno e comecei com todos os utensilhos de casa. A panela então usada nem era a mais apropriada, mas até comprar a panela de ferro, assava naquela mesmo.
Cada aula e cada teste um novo desafio e um novo resultado. A busca pela melhor cor, pelo miolo mais leve, pela farinha mais favorável, pela pestana amada…
Mais que isso: a cada resultado, um maior desejo de estudar, entender e fazer pão. Até que a transformação ocorreu: hoje mantenho os processos judiciais que ainda estão em curso e vivo fazendo pão, numa rotina caseira, leve e amável. Aos poucos, surgiu o engajamento dos amigos e a coragem para receber encomendas e começar a vender pães.
Fazer pão e constituir uma renda disso tem sido um lindo processo de autoconhecimento. Não gostava de cozinha, não me imaginava exercendo um trabalho em casa e muito menos viver de arte (panificação também é arte).
A panificação artesanal me permite flexibilizar minha rotina, respeitar melhor os meus limites e, mais que isso, me convida a cada dia uma reflexão sobre desafio, meta, resignação e auto conhecimento.
Agora aguardo monitoria para aperfeiçoar meus conhecimentos e minhas técnicas para produção maior e comercial.
Antes e Depois do Raphael.
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